Cinco razões pelas quais o Blu-ray não sucumbirá aos downloads

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Tenho observado muita gente empolgada com a distribuição digital de filmes por aí, dizendo que é o futuro do Home Video. Já vi até alguns afirmando que o Blu-ray será “pulado” historicamente, pois os downloads vão substituir o DVD, sem passar pela mídia do raio azul. Sei que tem muita gente torcendo contra o BD (sem entender o motivo de tal repulsa) e de muita gente que tem “antipatia” justamente pelos preços altos de discos e players (aqui no Brasil, pois nos EUA já tem BD mais barato que DVD). Mas como já disse no post da popularização é uma questão de tempo para que a massificação ocorra e o preço comece a ficar atrativo.

E para aproveitar, vejam esta mensagem de 1996, onde o autor afirma praticamente as mesmas coisas que se diz hoje contra o Blu-ray, tentando provar por A mais B que o DVD “não daria certo”.

Abaixo, o meu ponto de vista como colecionador, mas ao mesmo tempo pensando no mercado como um todo (tanto do ponto de vista de quem produz quando daqueles que distribuem o conteúdo), sobre os downloads “oficiais” de filmes, séries e shows.

Vamos ao “Top Five”:

1 – SOBREVIVÊNCIA DOS ESTÚDIOS DE HOLYWOOD

Há muito tempo a bilheteria dos cinemas não é mais a única renda que as produtoras contam para lucrar. Desde o surgimento do DVD e sua popularização, muitas verdinhas engordam a conta dos estúdios todo ano. As vendas de DVDs em muitos casos são até maiores que as respectivas bilheterias. Definitivamente, eles não querem abrir mão de tal receita, muito pelo contrário. Com a atual saturação do mercado de DVDs (principalmente no catálogo) é fundamental que se busque outra fonte, pois a atual está secando (não vai dar pra sobreviver só de lançamentos). O Blu-ray já é a aposta de TODAS as produtoras como a salvação do mercado de Home Video. O download ou streaming não foram ainda colocados como alternativa principal, pois os estúdios tem um medão da pirataria que esse tipo de distribuição pode gerar (mesmo que existam meios de controlar isso através de DRM).

2 – LIMITAÇÔES DE CONEXÃO

Fazer download de música é barbadinha, mas o mesmo não acontece com vídeo em Full HD. Poucos países no mundo possuem infraestrutura suficiente para que arquivos tão grandes trafeguem de lá pra cá com desempenho mínimo (o que obviamente não inclui o Brasil). Pelo andar da carruagem digital, ainda deve demorar mais de CINCO anos para que exista uma banda larga que compense o investimento das produtoras na massificação da distribuição digital (coisa que ainda está difícil de acontecer pelos motivos apontados no item anterior). No Brasil então, com os preços abusivos cobrados pelos provedores, uma banda larga (que possa se chamar assim) ainda é coisa para poucos.

3 – LIMITAÇÕES DE QUALIDADE

Relatos de pessoas que usam a iTunes Store e a Netflix para comprar/alugar filmes nos EUA apontam para uma imagem pior (720p) e um áudio padrão de DVD (5.1 canais), que não chegam aos pés do que o Blu-ray oferece. Além disso o streaming de 1MB/s dos vídeos em HD não se compara aos 40MB/s do Blu-ray. Obviamente, essa diferença entre a qualidade da imagem só pode ser percebida em aparelhos de HDTV (na TV convencional tudo é nivelado por baixo). Assim sendo, o download de filmes na atualidade pode se comparar a “alugar um DVD melhorado online” e vai demorar MUITO (mesmo) para que o serviço chegue ao nível de um Blu-ray (se chegar).

4 – LIMITAÇÕES DE CONTEÚDO

Tudo bem que quem não é colecionador não dá bola para os extras. Quem ALUGA um filmezinho em DVD no final de semana só para assistir ao conteúdo principal, continuará fazendo isso fisicamente (ou virtualmente, quando os itens anteriores forem resolvidos). Mas e quem COMPRA, em sua maioria absoluta, gosta de saber os detalhes da produção, ou ouvir os comentários do seu diretor favorito. Se distribuir apenas o filme já é uma tarefa difícil (por tudo que envolve o controle de cópia e os direitos sobre a obra), imaginem o material adicional!

5 – O SER HUMANO É UM SER FÍSICO

É da natureza do ser humano “sentir” e “ter” posse de algo, o que não acontece com um produto que é formado apenas de zeros e ums, que não é tátil. Para o colecionador então, é quase impossível de se imaginar a quantidade de discos rígidos necessários para ter uma coleção mínima de filmes, seriados e shows com a MESMA qualidade de um Blu-ray. Abrir o celofane, ler o encarte, mostrar a aquisição para os amigos e outras atividades prazerosas são coisas que fazem parte do da vida de quem coleciona. Talvez neste aspecto o argumento seja mais subjetivo, mas não deve ser ignorado.

Concluindo: é fácil perceber o momento em que as produtoras só lançarão seu filme preferido em BD, forçando a troca do padrão motivadas pelo simples interesse econômico (sendo esse fato determinante na adoção do formato por aqueles que gostam de ter seu “cinema em casa”). Fica claro que o download de vídeo pela internet é muito mais um desejo de quem acha que vai pagar menos por isso (o que NÃO vai acontecer) do que uma realidade a curto prazo. O Blu-ray já está aí, e se não fosse a longa guerra dos formatos (que cessou só em 2008) e a crise econômica do final do ano passado, teríamos um quadro bem diferente hoje.

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