De acordo com reportagens publicadas no CE Pro e na Revista Home Theater & Casa Digital, as vendas de obras em alta definição estão em alta, no exterior, em muito devido ao lançamento do formato 4K Ultra HD, a partir de março de 2016. E, em paralelo, também teve alta a venda de TVs 4K. Estima-se que, até 2020, cerca de 50% do mercado estadunidense será composto por este tipo de produto.
A Blu-ray Disc Association (BDA) divulgou dados que mostram um número de 700 mil unidades vendidas de aparelhos Blu-ray 4K, somente nos Estados Unidos (e sem contar consoles de videogame compatíveis com o formato). Seis dos grandes estúdios de Hollywood já aderiram ao formato: Fox, Lionsgate, Paramount, Sony, Universal e Warner. Noventa filmes já foram lançados. As expectativas e prognósticos para o próximo ano são otimistas. Além disso, uma grande campanha de marketing está prevista para os próximos meses, a fim de difundir conhecimento sobre o formato junto ao grande público, nos Estados Unidos, Europa, Ásia e qualquer outro mercado que leve home video e tecnologia a sério.
http://www.youtube.com/watch?v=_xaBBIJmW18
Canal de Ultra HD Blu-ray no Youtube
Em resumo, de acordo com a BDA, eis os fatores que alavancaram as vendas:
- Prosperidade nas vendas de TVs 4K Ultra HD
- Crescente seleção de aparelhos e discos
- Distribuição ampla, com preços atraentes e competitivos
- Maior confiabilidade em um formato físico 4K do que no streaming 4K
Agora voltemos nossa atenção para o mercado de home video brasileiro, com o DVD a dominar novamente. Aparelhos reprodutores de Blu-ray não são facilmente encontrados nas lojas. Os lançamentos em Blu-ray se limitam a produções recentes e de apelo popular, em sua maioria (e muitos com tiragens limitadas). E apesar de termos mais promoções de discos Blu-ray, não há como afastar a sensação de que parece queima de estoque. Já comentamos sobre a trajetória irregular do raio azul no Brasil, em nossa retrospectiva dos 10 anos do Blu-ray:
A grande verdade é que, como de praxe, as expectativas e prognósticos para o mercado de home video brasileiro são nada bons. A tendência é continuarmos com maior abundância de lançamentos em DVD, em detrimento a formatos superiores. Os preços continuarão incondizentes. A qualidade continuará irregular. O formato 4K Ultra HD, se chegar ao nosso país, terá ainda mais dificuldade de se estabelecer como padrão. E continuaremos reclamando aos ventos.
Isto se dá por inúmeros fatores já discutidos à exaustão: os problemas sócio-econômicos e culturais do Brasil, cada vez mais graves. Os impostos demasiados. A ganância de distribuidoras e revendedores. A falta de visão de negócio. A falta de comunicação entre empresas e consumidores. A falta de atitude diante de tudo isto. Os hábitos dos colecionadores/consumidores (e nesta última cabe um mea culpa: alguma falha devemos estar cometendo na hora de informar, conscientizar e incentivar nossos leitores).
Este é o panorama lamentável do home video no Brasil. O que fazer para mudá-lo? Como fazer? Sinceramente, espero estar enganado em relação a tudo escrito nos dois parágrafos anteriores. Mas a experiência e um mínimo de observação me impedem de ser completamente otimista, ainda mais quando estar certo e escrever a verdade de acordo com a realidade nem sempre é visto com bons olhos. Portanto…
[Via: CE Pro / Revista Home Theater & Casa Digital]
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