Resenha: Carga Explosiva 2 (Transporter 2, 2005)

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Olá pessoal! Esta é a minha primeira contribuição para o blog. Apresento hoje uma resenha do Blu-ray de Transporter 2, comparando edições lançadas lá fora e aqui no Brasil. Ao final, inseri um glossário com os termos utilizados para aqueles leitores que ainda não conhecem o jargão técnico do mundo do Áudio & Vídeo.

Vamos lá!

Comparativo de espeficifações

  • Estúdio (país): Sony Pictures (Japão)
  • Duração: 1h28m12s
  • Tipo: BD-50
  • Video: AVC – 2.35:1
  • Audio (trilha principal): Dolby True HD 5.1 48/16
  • Legendas em português: não
  • Estúdio (país): FOX Films (EUA)
  • Duração: 1h27m38s
  • Tipo: BD-25
  • Video: MPEG-2 – 2.35:1
  • Audio (trilha principal): DTS-HD MA 5.1 48/24
  • Legendas em português: não
  • Estúdio (país): FOX Films (Brasil)
  • Duração: 1h27m38s
  • Tipo: BD-25
  • Video: MPEG-2 – 2.35:1
  • Audio (trilha principal): DTS-HD HR 5.1 48/24 (3mbps)
  • Legendas em português: sim (pt-br)

Apresentação

Em boa parte do mundo, incluindo o Brasil e os EUA, o filme é distribuído pela FOX, apresentando a versão editada pelo estúdio para pegar uma classificação mais branda pela censura americana – como é de praxe em produções estrangeiras naquele país. Entre as edições distribuídas pelo estúdio, apenas a francesa (país de co-produção do filme) apresenta o corte integral.

A versão japonesa em BD é produzida e distribuída pela Sony, a partir de um acordo com uma distribuidora independente de local detentora dos direitos. Esta edição está disponível somente em box-set, junto com o primeiro filme, denominada Transporter Twin-Pack, que apresenta o corte integral sem censura de ambos.

Essa versão japonesa é derivada do print original da Europa Corp (produtora francesa) e a versão americana abre com o logo da FOX.

Filme

Acho que os caras meio que chutaram o pau a barraca, o que no primeiro filme ainda era aceitável e bem feito, virou um absurdo, um exagero sem tamanho. Mas apesar disso e do CGI de Péssima qualidade (assim mesmo, com P maiúsculo), me diverti bastante devido as porradas muito loucas e ao carisma dos protagonistas.

Quanto as beldades da série, só não sei quem detona mais, se é a Amber Valletta aqui ou a Shu Qi no primeiro.

Vídeo

Em primeiro lugar, é interessante notar que o color timing diverge bastante entre as duas versões. A versão da FOX apresenta uma paleta bem mais natural, enquanto a da Sony é mais saturada, com destaque para o verde e vermelho. Não sei dizer exatamente qual a mais correta nesse caso.

Se em termos de coloração não há um vencedor declarado, no restante, a versão da Sony ganha fácil. Com tantos lançamentos recentes de altíssima qualidade, tinha me esquecido quão boa era a imagem dessa versão japonesa.

A versão americana da FOX (da qual aproveitamos o mesmo encode) esteve entre os primeiros BDs lançados pelo estúdio e, naquele momento, foi considerado um dos melhores discos do formato. De fato, ele não faz feio, mesmo para os padrões atuais. Entretanto, na comparação direta com a versão japonesa, com encode de altíssimo bitrate, as deficiências ficam bem mais óbvias.

A mais notável é na compressão, a versão da FOX é bem mais noisy, ou seja, tem mais ruído digital. A compressão mais ineficiente acentua e distorce um pouco a granulação original em determinadas regiões, enquanto provoca, em outras, certo smoothening. A versão da Sony é bem mais homogênea nesse sentido, com a granulação original mais fielmente representada. A presença de jaggies em algumas cenas e um discreto EE são outras deficiências do disco da FOX não apresentadas no disco japonês.

Áudio:

Nessa parte as coisas estreitam. A versão americana apresenta áudio lossless (48/24), enquanto na versão ‘nacional’ tivemos um rebaixamento para lossy de alta resolução (48/24), por conta da presença de idiomas adicionais de dublagem. Já o disco Japonês tem áudio lossless, mas com amostragem mais baixa (48/16).

A discussão quanto às diferenças entre esses níveis de fidelidade é ampla, polêmica e, portanto, não vou entrar nesse mérito. Mas caso elas existam, entende-se que seria necessário uma sensibilidade muito apurada, um ambiente com nível de ruído (noise floor) baixíssimo e uma aparelhagem sonora de alta qualidade e muito bem montada.

Dessa forma, independente do formato da trilha, o importante é que temos um mix bem agressivo, dinâmico e de ótima fidelidade. Comparado ao primeiro filme, achei o LFE mais forte, mas os surrounds um pouquinho menos presentes – ainda que bastante utilizados. Assim como nas séries Spider-man e Resident Evil, fico com uma nota ligeiramente mais alta para o primeiro filme por conta da maior criatividade no uso dos efeitos. Mas enfim, uma trilha exemplar.

Extras:

Nesse quesito, a versão japonesa é mais completa, saindo vencedora novamente.

EUA – apenas trailers HD de títulos da FOX (incluindo o do filme)

Brasil – cenas excluídas, gag reel e curto making off.

Japão – mais cenas excluídas (22m), making off completo, music vídeo, trailer (SD).

GLOSSÁRIO DO WIZ:

Color Timing – Corresponde ao controle de exposição e balanço de cores entre as cenas de um filme. É importante notar que existe um termo em português para isso (correção de cor), mas na minha opinião não muito feliz. Isso por que implica que existia algo errado com a cor, o que não é necessariamente verdade. O fato é que color timing é o ajuste de coloração do filme, que pode ser por motivo de correção ou simplesmente para se atingir uma característica ou visual desejado pelos cineastas.

Encode/Encoding – A forma como o conteúdo de vídeo é convertido de dado (bits) em informação (imagem e som).

Bit rate – O número de bits que são convertidos ou processados por unidade de tempo. Em geral tem tb uma estreita associação com Bandwith (ou Banda), que é a taxa de transferência dados/tempo suportados pela mídia.

Bandwith (ou Banda) – É a taxa de transferência dados/tempo suportados pela mídia (talvez caiba uma melhor definição também).

Smoothening/Smoothen – Efeito que é aplicado na imagem para que ela tenha contornos e granulação suavizados, isso sempre associado a uma grande perda no nível de detalhes e das características originais da imagem.

Jaggies/Stairstepping – Nome informal do serrilhado que pode aparecer no contorno das imagens digitalizadas. Em geral associado a erro no processo de desentrelaçamento.

Lossless – Método (algoritmo) de compressão de arquivo que permite que os dados sejam comprimidos sem que haja perda de qualidade. Algo semelhante ao ZIP ou RAR. No mundo A/V, atualmente se aplica apenas para áudio. Ex: Dolby True HD, DTS-HD MA.

Lossy –  Método (algoritmo) de compressão de arquivos com perda. Ex. MP3, Dolby Digital, DTS.

LFE – Sigla para Efeitos de Baixa Frequência (Low Frequency Effects), que são reproduzidos pelo canal do Subwoofer (o .1 do 5.1 por exemplo).

PCM – Formato de som digital puro, sem compressão. É a forma que os filmes são mixados (em geral com amostragem de 48hz/24bits).

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