Especial – Star Wars em Blu-ray: o que esperar?

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Nota do Jotacê

O BJC tem sorte. Neste momento, sorte de ser parceiro de um site que tem como responsável um dos maiores fãs de Star Wars que conheço. E essa pessoa é Fábio Barreto, a mente brilhante por trás do site SOS Hollywood (e que já participou inclusive de um Jotacast aqui no BJC).

O texto abaixo é de autoria do Fábio. Quando li ele, achei por alguns instantes que estava lendo o BJC e não o SOS. Com toda a cara de pau do mundo, solicitei autorização do Barretão para republicá-lo, pois somente a indicação pelo Twitter não era suficiente para divulgar um artigo tão interessante. E para nossa sorte, ele topou! 😀

Star Wars em Blu-ray
Star Wars em alta definição, clique e sinta o gostinho!

por Fábio Barreto

Anos depois de virar piada interna nos círculos nérdicos, novos lançamentos de Guerra nas Estrelas para o mercado de vídeo se tornaram algo trivial. A cada década, pelo menos, George Lucas resolvia lesar nossos bolsos com alguma novidade. O resultado são pelo menos 17 versões lançadas até o momento, das quais tenho 15, englobando versões desde a distante primeira opção para VHS, lançada pela Abril Vídeo, até as recentes versões em DVD com o filme no formato original e a maldita Edição Especial com Jabba CGI, Greedo atirando primeiro e aquela palhaçada toda. Haja dinheiro e material nos arquivos da LucasFilm. Quer dizer, sempre soubemos que Lucas guarda um bocado de coisa para ficar abastecendo os fãs aos poucos. Com a chegada do Blu-ray, era de se esperar um anúncio de mais um re-re-re-relançamento e ele veio durante a última Star Wars Celebration, realizada na Flórida na semana passada. Finalmente, todos os filmes serão lançamos simultaneamente e com cenas novas – que surpresa – em 2011! O trecho foi exibido para os felizardos presentes ao Orange County Convention Center e mostra como Luke Skywalker construiu seu sabre-de-luz antes de partir para encarar Darth Vader. Legal, né?

Se ainda não viu, veja:

http://www.youtube.com/watch?v=UdJ0E7HbTKc

Mas ainda falta material. E muito. Documentários sempre são relevantes, trazem muita informação sobre os bastidores, criação das trilhas sonoras, efeitos e de todo aquele mundo magnífico da Santa Trilogia, entretanto, muitas das cenas mais aguardadas pelos fãs tarja preta continuam escondidas como, por exemplo, o encontro de Luke com Biggs na Toshi Station, em Guerra nas Estrelas, o reencontro antes da Batalha de Yavin, no mesmo filme, e a cena da tempestade de areia em Tatooine pouco depois do resgate de Han Solo em O Retorno de Jedi. Lendas urbanas ou preciosismo? Fotos existem e relatos também, logo, elas estão por ali. E o Blu-ray seria a grande oportunidade para termos a versão mais completa de toda a Saga. É sonho imaginar esse produto vindo da parceria LucasFilm e Fox Home Entertainment. Da parte do flanelado, manter sigilo e sempre ter uma razão para vender mais filmes é questão fundamental, enquanto, pelo lado da distribuidora, ainda vale a lei do menor esforço, especialmente no Brasil. A Fox sabe que o produto vende e, protegida pelas “diretrizes da LucasFilm, que nunca permitem modificações no produto” continua simplesmente lançando do jeito que recebem e pronto.

Visitando Meca, que determina tudo!

Nada de ficar chorando ou reclamando. Essa é a realidade e ponto. E é verdade, triste, mas verdade. A base de fãs cresceu muito nos últimos 15 anos, especialmente pelo trabalho de base que ajudei a iniciar em 99, e também com os desenhos animados do Cartoon Network, que não são obra-primas, mas mantém a Saga viva. É uma era muito próspera para os fãs, especialmente quando se vem de uma geração que tinha que importar quadrinhos e livros para ter algum acesso às novidades do Universo Expandido. Hoje basta ligar a TV e pronto. Fácil e prático para todo mundo, especialmente na hora do lançamento de novos produtos, que fazem uso do marketing internacional para ganhar relevância mundial.

Curiosamente, Guerra nas Estrelas tem um histórico de grande número de relançamentos, mas sempre com um custo mais acessível. Afinal, sempre foram pacotinhos de três filmes ou, no caso da nova trilogia, aqueles lançamentos individuais em VHS; assim como aconteceu com a versão mais recente, em DVD. Uma das versões mais caras que adquiri foi o VHS de A Ameaça Fantasma, que foi vendido individualmente por cerca de US$ 90 pela Amazon e continha fita, fotograma original do longa-metragem e um livreto ilustrado com fotos e desenhos do filme. Foi interessante na época. Filme ruim e formato que entrou pelo cano. Belo investimento, não?

Aparentemente, é essa opção pela acessibilidade que molda a estratégia de vendas, já que nem mesmo o mercado norte-americano é abastecido com extravagâncias como uma Estrela da Morte gigante ou a cabeça de Darth Vader [que foi oferecida à Fox Home Entertainment do Brasil, com protótipo e tudo há alguns anos, mas foi recusada sem grandes justificativas]. De qualquer forma, a hora se aproxima. Vejamos os produtos que podem integrar esse pacote dos sonhos cheio de Schwartz!

– Seis filmes da Saga
– A série animada “Droids”
– A série animada “Ewoks”
– Star Wars: Guerras Clônicas, de Gendy Tartakovsky
– Star Wars: The Clone Wars, de David Filloni [filme e temporadas]
– Star Wars in Concert, apresentado por Anthony Daniels
– e sem contar o Star Wars: Holiday Special, que George Lucas odeia e queimaria todas as cópias, se pudesse!

Ou seja, pelo menos 13 conteúdos que poderiam compor uma coletânea de Blu-rays, com embalagem temática e, claro, preço salgado. Venderia como água nos Estados Unidos e os brasileiros poderiam ter a opção da importação, já que esse produto não teria mercado certeiro e os custos seriam proibitivos. Bem, em tese, pois há o caso de sucesso com as edições superespeciais de James Bond, Arquivo X e 24 Horas, cujas embalagens de luxo esgotaram mesmo com valor bastante acima da média no Brasil.

De qualquer forma, precisa partir dos americanos. Se a LucasFilm quiser, pode ser que exista luz no fim do túnel, mas pelo andar da carruagem, o negócio é levar um prejuízo a cada 7 ou 8 anos, pagar para ver mais documentários e melhorias na imagem – que nunca me incomodaram mesmo no VHS, embora o ganho seja claro e justificado – e som. Esse é o legado da Força, um ciclo eterno de marketing localizado, com público fiel e que sempre quer mais, porém, diferente de outras marcas, é abastecido em doses homeopáticas e discretas. O verdadeiro teste da devoção. É pura paixão.