Pelo fim da mutilação de obras de arte!

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A reflexão sobre mutilação de imagem, áudio e extras foi reaberta aqui no BJC com o post de Bruno Cabral sobre a PlayArte. Este fato é tão grave, que aqui no BJC os nossos leitores já escolheram ele como o maior crime contra o patrimônio de um colecionador e, por que não dizer também, contra a obra de um cineasta.

Para aproveitar o momento, publico neste post uma série de imagens de obras de arte que tiveram propositalmente sua área reduzida em 25% do total. Este é o mesmo percentual que os filmes originalmente concebidos no formato  2.35:1 são reduzidos para preencherem a tela 16:9 das TVs wide que praticamente todos nós já temos em casa. Esta redução de um quarto na área de visualização é prática comum no mercado brasileiro de home video, principalmente por produtoras nanicas que, com isso, pretendem preencher toda a área visível das TVs. Não tendo nenhum tipo de preocupação artística (afinal pelo que já provaram em todos estes anos, empresas que mutilam não entendem nada de arte nem de cinema nem de coisa alguma), ainda temos que ouvir desculpas boçais do tipo “isso foi feito por força contratual e foi autorizado pelo diretor“.

Sabemos que NENHUM diretor de cinema prefere ver sua obra mutilada, assim como nenhum destes artistas citados abaixo gostaria de ver sua realização destruída por alguém que não tem o mínimo de cultura visual e artística. Observem as imagens e percebam, mesmo nos casos mais leves de perda de conteúdo, como as proporções e a composição geral fica absolutamente comprometida.

Mona Lisa – Leonardo da Vinci (1503)

ORIGINAL:

MUTILADA 25%:

Parthenon de Atenas (séc. V a.C)

ORIGINAL

MUTILADO 25%

Teto da Capela Sistina – Michelangelo (1508/12)

ORIGINAL

MUTILADO 25%:

Guernica – Pablo Picasso (1937)

ORIGINAL

MUTILADO 25%

David – Michelangelo (1501/04)

ORIGINAL

MUTILADO 25%:

Sinfonia n.º 9 – Beethoven (1824)

ORIGINAL (parte)

MUTILADA 25%

Crash: No Limite – Paul Haggis (2004)

ORIGINAL

BLU-RAY MUTILADO EM 25% NO BRASIL

Esta prática indecente precisa ser, de uma vez por todas, varrida da mente das pessoas que decidem algo no mercado nacional. E isso começa com a tomada de consciência da nossa parte como colecionadores pois, conforme as pesquisas indicaram em 2010, pagamos 83% do salário destes executivos que mutilam obras de arte.

CHEGA DE MUTILAÇÃO!

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