Post do Leitor: AC/DC’s Backtracks Collector’s Box Set

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por Guilherme Todorov

Fala galera da fatura! Demorou mas saiu, e na correria pra aproveitar o tal do Dia Mundial do Rock (e das piadinhas infames com o assistente do Silvio Santos). Primeiro de tudo, meu nome é Guilherme Todorov e vocês provavelmente não me conhecem nem nunca ouviram falar de mim. Não participo do fórum, não costumo comentar nos posts e nem no JotacasTV, mas acompanho o Jota desde o começo, quando o blog era só um blog e eu nem tinha dinheiro pra comprar as edições que ele mostrava. Enfim, não sou um colecionador voraz como a maioria de vocês aqui, mas também aprecio a arte do colecionismo.

Minha coleção se resume basicamente a edições especiais dos meus filmes favoritos, edições limitadas de jogos de PS3 e finalmente, edições especiais das bandas que eu gosto, o que inclusive é a pauta do artigo de hoje. É um nicho não muito explorado no site, mas tem bom potencial, com bandas gigantes lançando coisas cabulosas. Isso, aliado ao causo extraordinário que aconteceu comigo e ao objeto em si (que é absurdamente épico), fez com que eu achasse que valia a oportunidade e perguntei ao Jota se eu poderia escrever um Post do Leitor contando detalhadamente os fatos. O artigo será mais ou menos dividido em duas partes; vou começar contando o acontecimento e depois vamos para o box em questão.

O CAUSO

Pois bem, em 2009 a banda de rock australiana AC/DC lançou um Box Set muito bonito chamado Backtracks, que incluía 2 CDs com coletâneas de raridades “nunca lançadas oficialmente”, um DVD de vídeos aleatórios e um livrinho de fotos, tudo em um Digipak lindão (como de costume). Até aí, tudo nos conformes; porém, simultaneamente a este lançamento, saiu um item que (sem dúvida nenhuma) figura entre um dos itens mais ambiciosos e estupradores de bolsos de fãs consumistas que uma banda de rock já lançou.

O nome é o mesmo (Backtracks Collector’s Box Set); todavia, conforme consta no site oficial do box (pois é, o box tem um site próprio), a ideia de um simples projeto gráfico que simulava um amplificador detonado virou um AMPLIFICADOR DE VERDADE. Como se já não bastasse isso pra ouriçar os colecionadores mundo afora, além do tamanho consideravelmente maior, o Box recebeu uma injeção de conteúdo inimaginável: 3 CDs, 2 DVDs, um LP, um livro de capa dura com 164 páginas de fotos, um pôster gigantesco  e um envelope com dezenas de memorabílias replicando os primeiros anos de turnê da banda. Se até aqui você ainda não se deu conta do nível de monstruosidade que descrevi acima, dê uma olhada na foto abaixo antes de continuar:

Atente às proporções

Não sei tocar guitarra, muito menos tenho o que fazer com um amplificador de verdade, mas acho que vocês conseguem entender a necessidade que eu senti em possuir isso. Vontade essa que, como não podia deixar de ser, acabou virando frustração instantânea, já que o site oficial anunciava o Box por “míseros” US$ 457 (ou R$ 742). Este valor, para os olhos de um então mero estudante universitário, era simplesmente inalcançável, ainda mais se for pensar em todas as implicações escrotas para importar algo desse porte.

Pois bem, quase 2 anos depois, estou eu um belo dia matando o ócio no Facebook quando me deparo com uma atualização da banda, clamando todos os fãs para uma promoção de 24horas do site PopMarket.com (um site bizarro e meio secreto da Sony BMG que funciona na base dos Today’s Deals). Entrei no site e vi que eles estavam com uma promoção bacana exatamente neste box. Acabei fazendo o cadastro por curiosidade para ver quanto custava. Quando vi o preço final de US$ 99, pensei: DANOU-SE. Comprei. Não podia deixar passar uma oportunidade dessa, tanto tempo depois. Principalmente levando em conta o preço no site oficial de US$ 457 (na verdade, dava para achar o Box na Amazon por uns US$ 200). Comprei sem saber muito bem o que ia acontecer, o site era bizarro e o frete único era de 8 (oito!) dólares. Atitude típica com a qual vocês devem se identificar.

A falha na Matrix começa agora: tudo isso ocorreu numa sexta-feira; mais especificamente, no último dia 10 de junho deste ano. Como estava consciente de que era uma compra de alto risco, tratei de esquecer e parar de pensar quando ou como isso chegaria, ou mesmo SE chegaria. Eis que na quarta-feira seguinte, dia 15 de junho, em plena novela das 8 (ou 9), toca a campainha. Passados alguns minutos, meu pai aparece no quarto arrastando uma caixa gigante dizendo que acabaram de entregá-la em mãos. Sabe quando você fica pensando que simplesmente não pode ser? Tudo que eu havia comprado na Amazon já tinha chegado dias antes e algo daquele porte SÓ podia ser o box do AC/DC, não era possível. Mas era: abri a caixa e o bonitão tava lá, lacradinho, gigante.

Ou seja, em 5 dias recebi uma encomenda entregue PESSOALMENTE pela UPS de um produto de 99 dólares com um frete de OITO. Obviamente, como este frete não deve nem pagar a gasolina do camarada que foi entregar isso lá em casa, fui atrás das notas de importação pra saber direito o que tinha acontecido. Estava tudo lá, todos os impostos, taxas escrotas e muito mais, normais para quem já comprou alguma coisa e recebeu via courier, totalizando 205 reais PAGOS PELO REMETENTE. Isso mesmo, tá tudo escrito nas notas, todos os impostos pagos… por aquele frete de 8 dólares! Ou seja, não só não pagou a gasolina do entregador como ainda tiveram prejuízo com a venda. Alguém entende isso? Um produto que eu paguei US$ 99 que, com os impostos de importação, deveria sair quase R$ 400, magicamente se tornaram R$ 170.

Existe alguma explicação racional pra isso ou posso considerar como a maior cagada da história? Confiram abaixo uma foto da nota de importação (com alguns dados ocultos porque não quero ninguém voltando em casa pra cobrar a gasolina), inclusive merecendo uma moldura, junto com o invoice de US$ 107 do PayPal:

O BOX

Enfim, vamos ao box em si. O negócio é realmente grande, mesmo para os padrões colecionistas. É tão grande que eu ainda não tenho onde colocá-lo, já que não cabe na prateleira devido à altura. Tá lá em cima da minha mesa, ocupando tanto (ou mais) espaço quanto meu monitor de 19″. Aí você pensa “Óbvio, seu imbecil, ele é grande assim por causa da parte do meio que é por onde sai o som”. Errado, aí é que está a pegadinha. Como vocês podem ver nas fotos reais, o corpo do Box é constituído por duas partes que se desencaixam, e ali onde seria a caixa de som é tão somente o recipiente para aquele mundo de coisas que eu citei. O “amplificador” em si fica timidamente acoplado na parte de cima do box. Eu não tenho guitarra pra testar, mas imagino que o poder de som desse negócio seja semelhante àquele TecToy que todo mundo aqui deve ter ganhado quando criança. Ele está lá e funciona (espero), mas o valor colecionável é muito mais agregado ao fato de funcionar e estar lá do que realmente ser um equipamento de som. Não é um problema pra mim, já que a mera existência da funcionalidade me deixa satisfeito, mas imagino que muita gente deve ter sido pega de surpresa nessa. Dito isso, vale citar também que o valor oficial de US$ 457 fica muito mais absurdo ainda, sendo o valor pedido na Amazon bem mais justo pelo que o box é. Você ainda tem um produto muito bem acabado, com sistema eletrônico real e muito conteúdo, mas o preço de US$ 200 fica nas devidas proporções de um box com um amplificador literalmente de brinquedo.

Falando sobre o acabamento, é quase impecável. Todos os relevos estão lá, a malha da caixa de som é quase uma malha de verdade, o logo da banda gravado no meio também é lindão. Os botões do amplificador seguem a regra do sistema de som e são quase de mentira (nem sei se aquilo funciona), e o botão de liga/desliga é só uma impressão fake no papel, o que me deixa mais curioso ainda pra saber COMO isso tudo funciona.

O box ainda conta com uma alça de plástico exatamente igual a dos amplificadores de verdade; o único problema é que nada segura as duas partes que se desencaixam na abertura do box. Ou seja, se você pegar a alça e sair andando vai acontecer igual àquelas cenas do Chapolin quando ele pegava uma mala aberta pela alça e caía tudo pelo caminho. Ou se você for cuidadoso simplesmente vai pegar só a alça e o resto vai ficar lá parado. Deu pra entender né?

Agora o conteúdo. Primeiro, o que chama mais a atenção é o livro de fotos. O formato é semelhante ao de um LP (30×30), com capa dura, fosca e 164 páginas de fotos impressas em EXCELENTE qualidade, tanto em papel quanto em pigmento. Não se encontra isso num livro de fotografia vendido no Brasil por menos de R$ 150, muito menos com um conteúdo tão legal assim. São fotos que ocupam página dupla ou dividem espaço com fotos de papeis que variam desde material promocional de turnê até notícias e folhetos sobre a banda, simplesmente sensacional. Os CDs e DVDs vêm acondicionados em uma embalagem do mesmo tamanho do livro, que se abre em duas partes, sendo todos os discos presos em um cardboard; ainda acompanha um pôster com todo o descritivo do que tem nas mídias:

  • CD1: Studio Rarities
  • CD2 e CD3: Live Rarities
  • DVD1: Family Jewels Disc Three
  • DVD2: Live in Germany 2003

Nada muito espetacular, mas que cumpre muito bem as expectativas. O box também vem com um LP (justificando todo o tamanho do negócio), que tem o mesmo conteúdo de um dos CDs de raridades presentes, o que não deixa de ser legal, visto que a embalagem é exatamente igual a de um LP. Por fim, temos um envelope (também do tamanho de um LP) com as tranqueiras, que consistem em um pôster gigante do tamanho de uma mesa de jantar (vide fotos), algumas fotos de gravações de estúdio dos primórdios da banda, uns folhetos de shows, uma espécie de cronograma de gravações e um saquinho com um bottom, uma palheta e dois adesivos.

É tanta coisa que nem tem como ficar descrevendo um por um, mas a impressão que fica é que tudo foi trabalhado com muita atenção aos mínimos detalhes. Conteúdo exclusivo e muito bem feito, pra matar a sede de qualquer fã que gosta de contemplar um material de qualidade que não se vê em qualquer lançamento por aí, geralmente visando mais a exploração da imagem da banda do que algo realmente especial.

FOTOS

CONCLUSÃO

Bom, é isso! Acho que consegui falar tudo que tinha pra falar sobre este box e o acontecimento extraordinário na experiência da compra. No final das contas, o que fica é que, além de eu ter me dado muito bem, talvez eu tivesse me arrependido um pouco se fosse pagar todos os R$ 205 de impostos que, somados ao preço do box em si, daria algo em torno de R$ 380 (meio assustador pro meu nível de despesas com coleção). É lindo, vale muito e acredito que a maioria de vocês já gastou quase 400 reais com alguma edição muito especial, mas mesmo assim fiquei muito aliviado de ter escapado dessa, coisa que acho que nunca mais vai se repetir, infelizmente.

Espero que vocês tenham gostado do artigo. Já me desculpo por qualquer desleixo de português ou escrita confusa, pois não tenho a menor experiência com artigos e metade dele teve que ser feita hoje (hehehe). Por último, se ainda não viram ao longo da leitura, as fotos estão na galeria abaixo. Tentei capturar mais ou menos tudo o que o Box contempla em valores do nosso interesse, espero que faça justiça à magnitude da edição, porque também foi muito corrido e bem complicado pelo tamanho de tudo e das condições impróprias do ambiente e iluminação, mas acho que quebra um galho.

Valeu pela oportunidade e até a próxima!

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