Olá amigos colecionadores!
Posto aqui o primeiro vídeo da, quiçá, série Talkin' Movie.
A ideia é que Talkin' Movie se torne uma série de vídeo debates sobre assuntos ligados a cinema e vídeo.
Nesta primeira edição, Felipe Fonseca e eu debatemos o tema "a quem pertencem os filmes?"
A questão é se um filme, após ser lançado, continua "pertencendo" ao realizador ou se o público adquire "direito" sobre a integridade da obra original.
É correto que um diretor modifique posteriormente um filme, às vezes já antigo, para reeditá-lo em uma nova "versão"? Uma nova versão pode substituir a antiga ou a primeira deve sempre estar disponível? Em que casos um diretor pode mexer na obra original?
Falamos de Star Wars, Blade Runner, Senhor dos Anéis, Aliens, Avatar e muito mais.
O bate-papo foi gravado virtualmente, através de transmissão de vídeo pela internet. Por isso, este primeiro vídeo é uma experiência e sofre de alguns defeitos técnicos. Um deles é o problema de sincronia de áudio na primeira parte do vídeo, resolvido nas partes seguintes. Nada que atrapalhe o conteúdo da convers.
Esperamos que vocês gostem do vídeo e postem seus comentários e sugestões para outras edições.
Abraços.
PARTE 1
[youtube][/youtube]
PARTE 2
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PARTE 3
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PARTE 4
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[VÍDEO] Talkin' Movie 1: "A Quem Pertencem os Filmes?"
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Ricardo Sócio
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vacaum
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Re: [VÍDEO] Talkin' Movie 1: "A Quem Pertencem os Filmes?"
Parabéns Ricardo e Felipe pelo bate papo, o tema é interessantíssimo.
Abraços.
Izildo
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Izildo
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bruno2546
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Re: [VÍDEO] Talkin' Movie 1: "A Quem Pertencem os Filmes?"
opa, bacana a ideia (mesmo)..
baixei tudo aqui e amanhã verei com calma
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Ricardo Sócio
- Chumbrega
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Re: [VÍDEO] Talkin' Movie 1: "A Quem Pertencem os Filmes?"
Opa, valeu por assistir aí galera.
Se a galera gostar, mais pra frente a gente faz mais.
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ingsoc
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Re: [VÍDEO] Talkin' Movie 1: "A Quem Pertencem os Filmes?"
Assisti ontem, e gostei do papo. Tem alguns problemas técnicos (falta de sincronismo, baixo volume em algumas partes e uma chamada para a parte 3 no final da parte 4), mas nada que impeça o entendimento.
Vamos agora à minha opinião: um filme, enquanto obra criativa, pertence ao seu realizador; mais precisamente, ao seu diretor. Sim, eu sei que cinema é uma arte coletiva, mas quem irá imprimir a sua visão à obra final é o diretor; os demais profissionais (roteiristas, produtores, atores, equipe técnica e tantos outros) irão auxiliar o diretor a alcançar o objetivo que ele determinou. Tanto isso é verdade que até hoje se utiliza o first credit (a frase "Um filme de") atribuindo o filme ao seu diretor. Isto posto, podemos dizer que o diretor tem sim o direito de modificar sua obra para alcançar a sua visão, mesmo depois de passado um tempo desde o lançamento do filme nos cinemas. Só tem um problema: nesta passagem de tempo, a visão do diretor pode mudar, e para pior. E é aí que entram Star Wars e ET.
ET é um exemplo claro disso: o Spielberg de 1982 é, claramente, bem diferente do Spielberg de 2002. O que ocorreu foi que um cineasta acomodado alterou a obra de um cineasta ainda cheio de energia, e deu no que deu. Mas o que importa é, como o Felipe falou, termos acesso a ambos os cortes e podermos nós, espectadores, termos nossa opinião.
E Star Wars... antes de continuar, duas pequenas correções referentes a Star Wars; primeiro, as versões em DVD não são as de 1997. Tais versões nunca foram lançadas em formato digital (e provavelmente nunca o serão) saindo apenas em VHS; as edições dos DVDs são uma nova alteração feita em 2004 para (teoricamente) adequar os filmes da trilogia original aos da nova. Segundo: Felipe, você pode reclamar (com razão) da baixa qualidade de imagem das versões originais de cinema (que como o Ricardo apontou, não são 100% originais, mais são o mais próximo disso). Mas ao afirmar que os filmes foram "mutilados", aí está errado. O formato é 4x3 sim, mas é letterboxed, preservando o aspecto de tela original 2.35. Isso implica em piora na qualidade ao aplicarmos um zoom (vira um festival de grãos), mas não significa que o filme foi mutilado.
Continuando; não diria que o George Lucas é diretor de um filme só (seria injusto ignorar obras como American Graffiti e THX-1138), mas a questão é que Star Wars é a galinha dos ovos de ouro dele, e a partir daí ele só quer saber de espremer o universo de SW até a última gota. Então, ao invés de manter disponíveis as diferentes versões lançadas com o passar do tempo, ele lança uma versão em um formato e os fãs correm atrás para comprar logo (a preço de lançamento), a conta do tio George engorda mais um pouco. Mudou o formato? Ele lança uma nova versão, não disponibiliza a anterior, os fãs correm do mesmo jeito pra comprar, mais dinheiro pro Georginho. Já vimos isso acontecer com o VHS, DVD e agora Blu-ray. A decisão dele deixou de ser artística para ser econômica: o famoso double dipping. Como todo mundo se caga de medo dele (basta ver os extras da trilogia nova) e o dinheiro continua entrando, ninguém se opõe a essa prática.
Bom, melhor eu parar por aqui, porque ainda teria muita coisa pra escrever sobre o assunto (realmente é algo que rende muita conversa). De resto, parabéns pela iniciativa e que venham os próximos!
Vamos agora à minha opinião: um filme, enquanto obra criativa, pertence ao seu realizador; mais precisamente, ao seu diretor. Sim, eu sei que cinema é uma arte coletiva, mas quem irá imprimir a sua visão à obra final é o diretor; os demais profissionais (roteiristas, produtores, atores, equipe técnica e tantos outros) irão auxiliar o diretor a alcançar o objetivo que ele determinou. Tanto isso é verdade que até hoje se utiliza o first credit (a frase "Um filme de") atribuindo o filme ao seu diretor. Isto posto, podemos dizer que o diretor tem sim o direito de modificar sua obra para alcançar a sua visão, mesmo depois de passado um tempo desde o lançamento do filme nos cinemas. Só tem um problema: nesta passagem de tempo, a visão do diretor pode mudar, e para pior. E é aí que entram Star Wars e ET.
ET é um exemplo claro disso: o Spielberg de 1982 é, claramente, bem diferente do Spielberg de 2002. O que ocorreu foi que um cineasta acomodado alterou a obra de um cineasta ainda cheio de energia, e deu no que deu. Mas o que importa é, como o Felipe falou, termos acesso a ambos os cortes e podermos nós, espectadores, termos nossa opinião.
E Star Wars... antes de continuar, duas pequenas correções referentes a Star Wars; primeiro, as versões em DVD não são as de 1997. Tais versões nunca foram lançadas em formato digital (e provavelmente nunca o serão) saindo apenas em VHS; as edições dos DVDs são uma nova alteração feita em 2004 para (teoricamente) adequar os filmes da trilogia original aos da nova. Segundo: Felipe, você pode reclamar (com razão) da baixa qualidade de imagem das versões originais de cinema (que como o Ricardo apontou, não são 100% originais, mais são o mais próximo disso). Mas ao afirmar que os filmes foram "mutilados", aí está errado. O formato é 4x3 sim, mas é letterboxed, preservando o aspecto de tela original 2.35. Isso implica em piora na qualidade ao aplicarmos um zoom (vira um festival de grãos), mas não significa que o filme foi mutilado.
Continuando; não diria que o George Lucas é diretor de um filme só (seria injusto ignorar obras como American Graffiti e THX-1138), mas a questão é que Star Wars é a galinha dos ovos de ouro dele, e a partir daí ele só quer saber de espremer o universo de SW até a última gota. Então, ao invés de manter disponíveis as diferentes versões lançadas com o passar do tempo, ele lança uma versão em um formato e os fãs correm atrás para comprar logo (a preço de lançamento), a conta do tio George engorda mais um pouco. Mudou o formato? Ele lança uma nova versão, não disponibiliza a anterior, os fãs correm do mesmo jeito pra comprar, mais dinheiro pro Georginho. Já vimos isso acontecer com o VHS, DVD e agora Blu-ray. A decisão dele deixou de ser artística para ser econômica: o famoso double dipping. Como todo mundo se caga de medo dele (basta ver os extras da trilogia nova) e o dinheiro continua entrando, ninguém se opõe a essa prática.
Bom, melhor eu parar por aqui, porque ainda teria muita coisa pra escrever sobre o assunto (realmente é algo que rende muita conversa). De resto, parabéns pela iniciativa e que venham os próximos!
"I'm sorry Dave, I'm afraid I can't do that"
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Ricardo Sócio
- Chumbrega
- Mensagens: 19
- Registrado em: Sex 01 Out 2010 13:42
Re: [VÍDEO] Talkin' Movie 1: "A Quem Pertencem os Filmes?"
Valeu Ingsoc.
Realmente há problemas técnicos. São três arquivos rodando ao mesmo tempo no editor: meu vídeo, o vídeo do Felipe e o áudio-base. E a causa da falta de sincronia foi justamente o desnível dos microfones. Passei o áudio-base num programa de edição de áudio para nivelar os dois canais de áudio. Ele melhorou o nível na primeira parte, mas ele alterou o time-code da trilha de áudio. E aí, foi impossível ressincronizar tudo.
Na próxima isso não vai ocorrer.
Sim, realmente há American Grafitti e THX 1138. Aliás THX foi reeditado para lançamento em DVD recentemente e foi absurdamente alterado, com uma infinidade de efeitos visuais de CGI, cenas modificadas, personagens inseridos. E o DVD não faz nenhuma referência sequer à versão original. Quem nunca havia visto o filme, fica pensando que a versão em DVD é a original. Absurdo. Se tivesse havido mais tempo, teríamos colocado THX na pauta.
E vale lembrar que o Lucas é o criador do personagem Indiana Jones, o que é algo extremamente relevante.
Mas o fato é que ele, de lá pra cá, não fez mais nada. Faz trinta anos que ele navega no mar de Star Wars. Eu admiro o Lucas. Star Wars é uma obra prima (a primeira trilogia). Indiana Jones foi uma igéia genial. E a ILM eu considero a melhor empresa de efeitos visuais do mundo. Mas sinceramente, eu gostaria que Lucas deixasse Star Wars em paz.
Sobre E.T. as modificações efetivamente prejudicam o filme. Primeiro, porque em várias cenas as expressões faciais do boneco foram trocadas por CGI. Eu acho isso desnecessário, pois o boneco era perfeito. Uma verdadeira obra de arte, capaz de exibir expressões sutis e emocionar as pessoas. Segundo, eu acho um desrespeito com o Carlo Rambaldi, que criou o boneco. Afinal, ele é um artista, seu trabalho é parte da obra e foi seu boneco que emocionou gerações. Ao trocar os closes do boneco por CGI ele passa a mensagem de que não gosta mais do trabalho de Rambaldi, o que é profundamente deselegante. Spielberg deve muito do seu sucesso a esse boneco animatrônico.Terceiro, falta de consideração com o público. E como você disse, o Spielberg de hoje não é o mesmo de 1982. E o filme é um retrato da época e do contexto em que foi feito. Não deveria ser mudado.
E, por fim, obrigado por ter assistido ao vídeo e por ter postado suas opiniões e sugestões. Pode ter certeza de que logo postaremos outro bate-papo. E a idéia é essa mesmo: que o bate-papo do vídeo puxe as discussões e o Fórum aqui do JC é um ótimo lugar pra debatermos.
Valeu, abraço.
Realmente há problemas técnicos. São três arquivos rodando ao mesmo tempo no editor: meu vídeo, o vídeo do Felipe e o áudio-base. E a causa da falta de sincronia foi justamente o desnível dos microfones. Passei o áudio-base num programa de edição de áudio para nivelar os dois canais de áudio. Ele melhorou o nível na primeira parte, mas ele alterou o time-code da trilha de áudio. E aí, foi impossível ressincronizar tudo.
Na próxima isso não vai ocorrer.
Sim, realmente há American Grafitti e THX 1138. Aliás THX foi reeditado para lançamento em DVD recentemente e foi absurdamente alterado, com uma infinidade de efeitos visuais de CGI, cenas modificadas, personagens inseridos. E o DVD não faz nenhuma referência sequer à versão original. Quem nunca havia visto o filme, fica pensando que a versão em DVD é a original. Absurdo. Se tivesse havido mais tempo, teríamos colocado THX na pauta.
E vale lembrar que o Lucas é o criador do personagem Indiana Jones, o que é algo extremamente relevante.
Mas o fato é que ele, de lá pra cá, não fez mais nada. Faz trinta anos que ele navega no mar de Star Wars. Eu admiro o Lucas. Star Wars é uma obra prima (a primeira trilogia). Indiana Jones foi uma igéia genial. E a ILM eu considero a melhor empresa de efeitos visuais do mundo. Mas sinceramente, eu gostaria que Lucas deixasse Star Wars em paz.
Sobre E.T. as modificações efetivamente prejudicam o filme. Primeiro, porque em várias cenas as expressões faciais do boneco foram trocadas por CGI. Eu acho isso desnecessário, pois o boneco era perfeito. Uma verdadeira obra de arte, capaz de exibir expressões sutis e emocionar as pessoas. Segundo, eu acho um desrespeito com o Carlo Rambaldi, que criou o boneco. Afinal, ele é um artista, seu trabalho é parte da obra e foi seu boneco que emocionou gerações. Ao trocar os closes do boneco por CGI ele passa a mensagem de que não gosta mais do trabalho de Rambaldi, o que é profundamente deselegante. Spielberg deve muito do seu sucesso a esse boneco animatrônico.Terceiro, falta de consideração com o público. E como você disse, o Spielberg de hoje não é o mesmo de 1982. E o filme é um retrato da época e do contexto em que foi feito. Não deveria ser mudado.
E, por fim, obrigado por ter assistido ao vídeo e por ter postado suas opiniões e sugestões. Pode ter certeza de que logo postaremos outro bate-papo. E a idéia é essa mesmo: que o bate-papo do vídeo puxe as discussões e o Fórum aqui do JC é um ótimo lugar pra debatermos.
Valeu, abraço.