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por Bill » Seg 15 Jul 2019 12:52
O jornal Zero Hora publicou hoje (15/07) uma reportagem sobre duas locadoras de vídeo de Porto Alegre que ainda lutam pra sobreviver, e nela tem algumas informações interessantes sobre o nosso moribundo mercado de home video - copio abaixo algumas, com destaques em negrito:
Poderia, então, o DVD se tornar um objeto de culto e ter uma sobrevida assim como o disco de vinil? Para Francisco Gaspar Franco, proprietário da Twin Video ao lado de Denise, sim:
– Já é, com certeza. Entrando na Twin Video você entende.
Por outro lado, Alvaro Bertani, proprietário da E o Vídeo Levou, não acredita nessa possibilidade.
– O DVD é uma tecnologia ultrapassada. A qualidade em 4K é melhor. Não tem aquele argumento do vinil do som ser melhor. Todo mundo sabe que o DVD tem uma imagem pior. É um produto que tende a desaparecer. Dificilmente as produtoras vão voltar atrás – avalia.
Alvaro ressalta que sua locadora ainda tem clientes para a demanda do DVD, mas crê que irá faltar produto:
– As distribuidoras de DVD estão fechando. Já trabalhei com umas cem fornecedoras, hoje deve ter 15. As empresas independentes estão fechando, não têm mais interesse em lançar mídia física. Estamos com falta de produto. Nosso problema é esse. Eu vou ficar no mercado até as produtoras ainda forneceram mídia.
Já a Obras Primas do Cinema é uma distribuidora com foco nos colecionadores, trazendo em seu catálogo produções de grandes diretores e gêneros. Valmir Fernandes, proprietário da empresa, ressalta que seu negócio respira mesmo com a crise:
– Cada vez que passamos um ano de vida, comemoramos bastante. Não vendemos muito, mas temos um público fiel. Nosso problema hoje é de achar nossos clientes. Tem um nicho legal de colecionadores, mas há dificuldade para eles acharem meu produto. Os sites e as livrarias não estão acreditando no mercado. O mercado em geral está muito pessimista.
No ano passado, as livrarias Saraiva e a Cultura, que estão entre os principais clientes do setor de home video, entraram em recuperação judicial, o que balançou as distribuidoras pequenas.
– O colecionador sempre vai existir. Minha preocupação é a fábrica ter demanda. Que as majors (grandes empresas do cinema) continuem produzindo mídias físicas para as fábricas continuarem injetando discos. Sem as fábricas, não consigo produzir meu disco – estima Valmir. – Se essas fábricas continuarem resistindo, minha empresa vai sobreviver.
Não dá para discutir relativismos com afirmações absolutas.