Protesto do colecionador – Preços abusivos da Playarte

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Já está virando tradição aqui no blog a publicação de artigos mais detalhados nas segundas-feiras, tratando que questões que afligem os colecionadores brasileiros. Para confirmar este “movimento”, darei hoje um tempo na crítica relacionada aos lançamentos das “majors” para falar sobre uma das “pequenas” do mercado de DVDs no Brasil. A Playarte (conhecida de muitos desde o tempo do VHS) é uma das distribuidoras que merece há algum tempo uma crítica mais contundente pelo que vem fazendo com seriados e filmes no nosso país.

Para não dizer que sou um crítico a tudo o que é lançado em DVD por eles, posso dizer que a Playarte não é uma distribuidora “porca” em seus lançamentos. Normalmente os DVDs possuem boa imagem e som, e já rolou até mesmo algumas edições de filmes duplos com luva caprichada (com alto relevo e aplicação de verniz. fato raríssimo) e som DTS, como em “Blade Trinity”, por exemplo.

Bladetrinity< – Blade Trinity: edição de respeito com som e imagem que um DVD merece.

Mesmo que “O Máskara” esteja em fullscreen e que a maioria dos comentários em áudio de seus DVDs não tenham legendas (fato que irrita a maioria dos que gostam desse tipo de extra e que está cada vez mais comum nos lançamentos de todas as produtoras por aqui), o resto do material é legendado e as embalagens com informações completas (coisa que deveria ser OBRIGAÇÃO de todas, mas que se torna “diferencial” por tudo o que sabemos do mercado local).

Dito isso, me sinto à vontade de fazer as críticas devidas daqui pra frente. O que será abordado neste post sobre a Playarte são dois dos aspectos mais debatidos nos fóruns e listas de discussão de colecionadores: o preço dos DVDs (em especial os seriados) e a dificuldade de se encontrar as edições de catálogo.

1 – Seriados INCOLECIONÁVEIS

3x100Com certeza, não há no mercado brasileiro preços mais distorcidos e abusivos do que os praticados nos seriados da Playarte. E para maior desespero dos colecionadores (pois é, sempre sobra mais um pouquinho pra gente), ela é detentora dos direitos de nada mais nada menos que CSI, o seriado de televisão MAIS POPULAR DO MUNDO, segundo o New York Post (veja aqui a matéria do Séries Etc).

Em CSI, a Playarte dividiu cada temporada em três volumes (boatos indicam que ela julgou que os brasileiros não teriam grana para pagar uma série inteira!), e cada um desses boxes foi “batizado” com um preço que quase NUNCA muda: R$99,90 (pelo preço que foi atribuído por eles, ninguém pagaria mesmo!). A conta vários de vocês já fizeram: uma temporada inteira de CSI custa aproximadamente TREZENTOS REAIS, o que eleva esta produção para o patamar de SERIADO MAIS CARO DO BRASIL (e talvez do mundo), tornando-o, dessa forma, como artigo praticamente INCOLECIONÁVEL. Para se ter uma idéia, CSI nos EUA tem um preço considerado normal, com cada temporada COMPLETA custando, em média, trinta dólares.

Como o colecionador brasileiro em sua maioria absoluta não é milionário, os boxes de CSI acabam ENCALHANDO nas lojas por MESES, sem que a Playarte faça NENHUM tipo de promoção em lojas físicas ou pela web. É a defesa de uma estratégia de marketing estagnada, que acaba gerando imagens como esta abaixo:

Encalhe_csi_dvd_playarte
Encalhe de boxes de CSI: melhor não vender nada do que lucrar um pouco meno$.

Aliás, nem sei se a Playarte possui departamento de marketing (não é possível que alguém formado em MBA deixe tudo isso acontecer). Não estamos falando de um seriadozinho qualquer, estamos tratando de uma produção que possui um número enorme de fãs, que comprariam os boxes em massa se tivessem eles disponíveis por um preço que eles pudessem pagar. A sacanagem é maior ainda quando percebemos que eles arranjaram uma maneira de colocar MENOS episódios do seriado por disco, fazendo com que uma temporada tenha nove DVDs, ao invés de seis (como é nos EUA), utilizando para isso DVD de camada simples. Dessa forma, cada disco possui apenas duas horas de duração, contra três horas do DVD americano. Outros seriados de animação também sofrem com preços abusivos, como Cavaleiros do Zodíaco (box triplo por R$120 “forever”) e o anime Yu Yu Hakusho, só para citar mais alguns.

Pesadelo1  Pesadelo2
Pesadelo é ter que pagar o que a Playarte pede por esses dois boxes!

Não é só em seriados que a “nossa amiga” se supera nos preços: nos dois exemplos acima (que estão praticamente esgotados), ela capricha na qualidade da imagem (que é boa mesmo), mas em troca dá uma facada no colecionador: cada box com três DVDs custa R$120 (e os avulsos R$40), para edições SEM NENHUM EXTRA!

 

2 – Catálogo VOLÁTIL e INVISÍVEL

Pergunto: alguém viu por aí recentemente a edição dupla de Seven sendo vendida? Ou tropeçou em algum site de vendas em um Blade 2 (duplo ou simples)? Debi & LóideMatch Point em loja física? Alguém já viu balaios de DVDs da Playarte? E foto da sogra na carteira, alguém tem?

Sevenduplo
Seven (duplo): pecado é fazer tiragem minúscula para um filme tão bom.

Nenhum deles é fácil de encontrar, concordamos. Esse é um mal que a Paramount (por exemplo) também sofre, e que será comentado numa outra oportunidade. Mas qual seria a tiragem desses DVDs? Não há mercado no Brasil para mais edições? Seria o Mercado Livre a única saída (para alguns títulos nem adianta)? Pobres colecionadores!

Problemas com esgotamento de catálogo quase todos os países do mundo possuem. Só que neste caso a Playarte se supera na curta tiragem de seus DVDs, que certamente não cobririam todas as lojas de Liechtenstein. Isso é de uma boçalidade absurda nos dias de hoje em que o DVD está mais popular do que nunca, e que muitas pessoas possuem interesse nos títulos do seu catálogo. Sem falar que ela também é responsável pelos direitos de Spawn, Hora do Rush e Mortal Kombat (que antigamente eram da Warner/New Line Series), e que certamente sofrerá do mesmo mal de “desaparecimento veloz”.

Para encerrar, não é demais dizer que, com todo esse desrespeito e incompetência, a Playarte (assim como as outras já citadas aqui neste espaço do blog) EMPURRA o consumidor para a pirataria (ou para um site de Torrent qualquer), pois, se duvidar, além de ser mais barato, ele encontrará uma versão ainda melhor do que ela disponibiliza no mercado.

E quem é colecionador e não suporta a idéia de ter um DVD pirata na sua coleção, só resta fazer como o nosso amigo aqui.

> Em tempo: Não podemos esquecer que o DVD de “Boogie Nights” está sendo anunciado pela Playarte em pré-venda como letterbox em tempos de TVs de 42″ em formato 16:9!

ARGH!