LPs superam arquivos digitais em vendas de música no Reino Unido

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A MÍDIA FISICA MORREU!

Será mesmo? De acordo com reportagem publicada pelo The Guardian, pela primeira vez na história as vendas de música no formato LP (vulgo vinil, vulgo bolachão) superaram as vendas no formato digital. Isto aconteceu no Reino Unido, na última semana de novembro, quando as vendas de vinil renderam £ 2.4 milhões, contra £ 2 milhões para as aquisições digitais.

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A fim de comparação, na mesma época do ano passado, as vendas de vinil somaram £ 1.2 milhões, contra £ 4.4 milhões no meio digital. Isto comprova um renovado interesse no antigo formato, acentuado nos últimos 12 meses. Como causa e conseqüência desta demanda, há todo um mercado de lojas especializadas, além de grandes redes que aos poucos também embarcam na onda saudosista, indicando que o que era nicho pode voltar a ser popular. Além dos entusiastas, há toda uma nova geração interessada em conhecer e colecionar. E nisto as empresas vêem possibilidade de lucro, ao oferecerem edições limitadas. Um exemplo? O álbum Before The Dawn de Kate Bush, oferecido ao custo de £ 65, esgotou em um dia.

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É claro que isto acontece onde há economia estável, cuja população tem real poder de compra, de forma que mesmo mercados de nicho, desde que encarados com seriedade, podem ser fomentados e mostrar números impressionantes. Em lugares assim, realmente a mídia física está longe de morrer.

O primeiro vinil a gente nunca esquece (nem se desfaz).
O primeiro vinil a gente nunca esquece (nem se desfaz).

Então voltamos nossa atenção para a república bananeira, onde muitos CDs simples de artistas consagrados ainda são vendidos com preços pouco atrativos, sem qualquer diferencial que os justifiquem (apenas disco, encarte e estojo de acrílico). E onde a questão cultural sempre pendeu contra a mídia física e o ato de colecionar.

Uma pesquisa rápida mostra que LPs são vendidos por aqui com preços que variam entre R$ 80 e R$ 900. Dependendo do contexto, os valores até poderiam ser considerados pertinentes. Mas onde está o poder de compra do consumidor/colecionador? Onde estão as iniciativas para fomentar mercados, com seriedade, qualidade e preços justos? Não adianta querer que o vinil tenha bom desempenho, quando nem o Blu-ray consegue se estabelecer (aqui só dá DVD, copanheru). Enfim, se não fazemos por merecer em nossa sociedade como um todo, não é no supérfluo que a coisa vai andar. Em resumo, o Bar-zil é um disco arranhado, manchado, quebrado e tocado ao contrário, na rotação mais lenta.

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Já passou da hora de trocar o disco.

[Via: The Guardian]

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