POST DO LEITOR | O mercado de colecionáveis musicais no Brasil

Colecionador musical sofre TAMBÉM!

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Por Leonardo Magalhães

O ano é 2020. O cenário são as redes sociais. O drama é ver colecionadores implorando para que distribuidoras lancem filmes e séries em mídia física. Mas por que é um “drama”?

Até meados de 2012, antes da grande crise que assolou o Brasil e da qual ainda não nos recuperamos (só foi agravada com o COVID-19), colecionadores de mídias físicas deitavam nos louros de uma indústria rentável, bonita de se ver, cheia de materiais exclusivos e um capricho invejável. Havia outros elementos na jogada [R.I.P. Videolar] e a facilidade de importar itens também era presente e com taxas acessíveis. Pulemos para 2020 e o cenário preocupa muito, mesmo com a retomada recente de lançamentos.

A luta de centenas de colecionadores tem trazido resultados frente a uma nova leva de aliados. A Amazon Brasil chegou em agosto de 2019 e tem se dedicado mais à venda de itens e o Blog do Jotacê é o maior porta-voz dos colecionadores. Porém, uma fatia do mercado colecionístico jaz em um limbo solitário: o musical.

As maiores gravadoras do mundo – Sony Music, Warner e Universal – já não lançam CDs e DVDs (tadinhos dos Blu-rays musicais) como antigamente, fazendo-o em tiragens baixíssimas (AA300) e, muitas vezes, ignorando lançamentos de pequenos, médios e grandes artistas, como no caso do último álbum da Celine Dion, o “Courage”, que não saiu aqui. Aliás, a Sony já não lança itens físicos há meses!

Outro que não chegou aqui foi o registro da última turnê da australiana Kylie Minogue (disponível pela BMG em um Digipak triplo, com DVD e dois CDs). Quanto à Warner, o último álbum da Anitta, a maior estrela brasileira da atualidade, também não foi lançado em formato físico, mesmo com inúmeros apelos nas redes sociais.

Um exemplo recente da luta dos colecionadores musicais foi com o álbum “Madame X”, da Madonna. Lançado em várias versões, por pouco a Universal não lançou NENHUMA aqui (mesmo com a abertura da Universal Music Store), forçando os fãs a se mobilizarem/implorarem por qualquer mísero representante nacional. Após muito choro e abaixo-assinados, a gravadora lançou a versão mais luxuosa (e cara também, chegando a R$119,90 por um disco duplo).

E vale ainda mais algumas notas:

  • As gravadoras deveriam investir em edições mais caprichadas e com tiragens menores (justamente o que seguimos defendendo com filmes e séries);
  • Uma menção bem especial à loja virtual Regards Shopline. Daqui a alguns meses, completo 10 anos como cliente deles e minha única crítica é o valor do frete (eles estão baseados em Salvador). A loja sempre apresenta os mais recentes lançamentos e muitas vezes luta diretamente com as gravadoras e as distribuidoras para que álbuns consagrados tenham novas tiragens no país;
  • A cantora Paula Fernandes resolveu “atender a pedidos dos fãs” e vai lançar seu último projeto em formato físico. Chegamos ao ponto dos fãs terem que pedir para ter lançamentos físicos (assim como os filmes).

O que fica é um apelo ao BJC para que também ajude à nação de colecionadores musicais frente às principais gravadoras do país e também ao mercado, mesmo com a decadência da Livraria Cultura e da Saraiva e dos B2W (Americanas e Submarino). Eles ainda resistem e a Amazon Brasil está aí com tudo, então também há esperança, assim como com o mercado de séries e filmes.

Fico à disposição para qualquer ajuda, colaboração, comunicação que possa ser feita para que consigamos melhorar também esse outro lado tão carente.

Alguns contatos:

Obrigado pela atenção e sigamos sempre!

Link direto para a loja musical da Amazon Brasil

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